quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Corta-Mato Escolar 2025: a escola a mexer!

 



O corta-mato escolar voltou hoje a encher a nossa escola de movimento, animação e aquela energia boa que só um evento desportivo consegue trazer. Estreámos um novo percurso, mais sinuoso, sim, mas muito mais agradável, que pôs todos à prova e tornou a corrida ainda mais interessante.

Na meta, um insuflável digno de uma prova oficial deu um toque especial ao ambiente. Entre risos, fotos e aquele nervoso miudinho pré-partida, o clima ficou ainda mais sério… mas no bom sentido.


A prova dos mais pequenos é sempre um espetáculo à parte. Ainda andam a aprender a gerir o esforço, controlar a respiração e ouvir o corpo, aquelas lições que treinamos nas aulas mas que o entusiasmo natural deles insiste em desafiar. Nada que o tempo não resolva. No fim, valeu a máxima: o importante é participar e sentir que demos tudo.


Para completar, o sol apareceu como convidado especial. Depois de vários dias cinzentos, brindou-nos com um dia radioso, quase como se tivesse sido encomendado para a ocasião.

Este evento já é uma tradição na nossa escola e continua a ser o primeiro palco onde se começam a revelar muitos dos que, mais tarde, chegam às pistas nacionais. Aqui, todos começam campeões, não porque ganham, mas porque experimentam, arriscam e aprendem. É na escola que se vive o sucesso, mas também a frustração, e onde se cresce com ambas.


Um grande parabéns ao grupo de Educação Física, que ano após ano faz a escola mexer com profissionalismo, dedicação e aquele toque de alegria que fica na memória dos alunos. Parabéns aos vencedores, e parabéns, em dobro, a todos os que participaram com a sua energia contagiante.


Bem hajam. Continuem assim. A escola agradece e os alunos também.



segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

✨ Celebração da Inclusão – 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ✨

 


Esta partilha retrata um momento verdadeiramente especial!



André, assistente operacional, na EB Soares dos Reis, cuja determinação, assertividade e boa disposição contagiam todos à sua volta, juntou-se à equipa Mini-PAPES para uma apresentação de dança que arrebatou os presentes💙


Esta atuação, organizada pela equipa PAPES, lembra-nos que a inclusão se constrói com oportunidades, respeito e celebração da diversidade. Cada passo, cada sorriso e cada gesto mostram que quando caminhamos juntos, todos brilhamos.
Que este dia nos inspire a continuar a criar espaços onde todos contam, todos podem e todos pertencem. 
🌟

sábado, 29 de novembro de 2025

 (Des)Influencers: Uma conversa necessária

Nos dias 26 e 28 de novembro, a nossa escola recebeu a equipa da Faculdade de Letras liderada pela professora Sara Tavares, acompanhada por duas das suas alunas universitárias. No dia 26, apresentaram aos alunos do 6.º e do 7.º ano a palestra “(Des)Influencers”, dedicada às redes sociais, aos conflitos digitais e aos desafios que hoje se colocam aos jovens e, claro, também aos pais e professores.

Já no dia 28, pelas 21h00, foi a vez das famílias. Contra todas as probabilidades, afinal, era sexta-feira de um fim de semana prolongado, a sala encheu com um grupo de pais numeroso e muito participativo. Um verdadeiro luxo nos tempos que correm.

A apresentação foi direta, clara e sem “paninhos quentes". A professora Sara e as suas alunas prenderam a atenção de todos desde o primeiro minuto. Exemplos reais, linguagem acessível, sentido crítico e uma honestidade desarmante fizeram com que ninguém se atrevesse a desviar o olhar. Não era uma palestra para “passar o tempo”; era um murro suave, mas certeiro, na consciência de todos nós.

Falo também como pai. Apesar de me considerar informado e de lidar diariamente com jovens, fui surpreendido por várias situações que desconhecia por completo. Umas preocupantes, outras verdadeiramente inquietantes. Percebi, com alguma humildade, que a velocidade a que tudo muda no mundo digital ultrapassa até quem julga estar atento.

Observei, como já é meu hábito profissional, as reações dos pais:
– Alguns mostraram-se visivelmente assustados, talvez porque se reconheceram em alguns exemplos.
– Outros demonstraram preocupação, mas mantiveram uma certa distância emocional, confiantes de que em casa “fazem o que é preciso” e que, por isso, os seus filhos estarão protegidos.

Mas não era esse o propósito da sessão. O objetivo nunca foi criar pânico, muito menos apontar dedos. A intenção foi simples e necessária: alertar. Mostrar que existe um problema real, crescente, complexo e que só pode ser enfrentado com atenção, diálogo e responsabilidade partilhada.

Cabe aos pais garantir em casa um ambiente de confiança, onde os filhos sintam que podem falar sobre o que vivem online, sem medo de julgamentos ou castigos desproporcionados. Atenção: isto não significa invadir a privacidade das crianças, mas sim estar presente, disponível e informado.

A professora Sara deixou-nos uma mensagem importante e que merece ser sublinhada:

Por mais atentos e competentes que sejam os pais e os professores, a influência da sociedade, com tudo o que tem de bom e de mau, é hoje maior do que nunca. E é sobre estes jovens, especialmente os pré-adolescentes e adolescentes, que esse impacto se faz sentir com mais força.

Por isso, mais do que nunca, educar tem de ser um esforço coletivo. Escola, família e comunidade precisam de remar para o mesmo lado. Como alguém já disse, “para educar uma criança é preciso uma aldeia inteira”. E nenhuma aldeia pode dormir enquanto o mundo lá fora corre tão depressa.

Fernando Ferreira

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Poemas Coletivos inspirados numa Obra de Soares dos Reis!

 

Durante a semana em que a disciplina de Português comemorou o patrono da nossa escola, o escultor Soares dos Reis, os alunos do 5.º A e os do 5.º B fizeram poemas coletivos, a propósito da obra A filha dos condes de Almedina.

Aqui estão eles!



 

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Programa GAIAaprende+i - Interrupção letiva de Natal

 Programa GAIAaprende+i

Estas atividades destinam-se a todos os alunos com necessidades específicas, de todos os níveis de ensino, da rede pública do concelho de Vila Nova de Gaia e decorrem nos períodos de interrupção letiva.

O prazo de inscrição decorre entre 24 a 28 de novembro de 2025, por email ou presencialmente - nas instalações da CERCIGAIA.







terça-feira, 18 de novembro de 2025

 

Bulling, ciberbulling e… aquilo que não é nenhuma das duas coisas

Vivemos tempos acelerados. A tecnologia avança a um ritmo tão rápido que, às vezes, a sociedade fica a tentar apanhar o comboio já em andamento. As escolas, naturalmente, não vivem numa redoma: lidam diariamente com os impactos desse avanço, com a obrigação acrescida de ajudar as crianças e os jovens a navegar este mundo novo sem se perderem pelo caminho.

Nesta fase de crescimento, a informação, e a forma como ela é trabalhada, é decisiva. E, convenhamos, quando em casa a gestão tecnológica acontece “aos trambolhões”, cabe muitas vezes à escola organizar aquilo que deveria vir mais alinhado. Não é uma crítica; é apenas a realidade.

A isto soma-se outra tendência dos nossos tempos: a cultura do medo. Tudo parece um alarme. Tudo parece um caso gravíssimo. E quando algo é repetido vezes suficientes (e alto o bastante), acaba por ganhar proporções desnecessárias. É aqui que importa respirar fundo e distinguir o essencial do acessório.

Hoje recebemos na nossa escola os agentes da Escola Segura para sessões sobre bulling e ciberbulling dirigidas aos alunos do 5.º ano, os mais novos da EB Soares dos Reis. As sessões foram claras, muito participadas e, acima de tudo, extremamente úteis para pôr os pontos nos i’s.

Os agentes foram cristalinos:
nem todos os conflitos entre alunos são bulling.
Discussões pontuais, zangas repentinas ou divergências normais entre colegas acontecem todos os dias, e fazem parte do crescimento. Não é saudável transformar cada desacordo numa investigação judicial ou num processo disciplinar digno de tribunal. A escola não é, nem deve ser, um órgão punitivo; é um espaço educativo.

A abordagem recomendada é simples e sensata:

  1. Primeiro, os alunos tentam resolver o problema entre eles, aprender a conversar, a gerir frustrações, a construir empatia.

  2. Se não resultar, pedem ajuda a um professor ou a um encarregado de educação.

  3. Se a situação for repetitiva, prolongada e intencional, aí sim, podemos estar perante um caso de bulling ou ciberbulling.

Esta distinção é essencial, até porque confusões constantes só criam ansiedade desnecessária, sobretudo quando alguns pais, mesmo bem-intencionados, acabam por amplificar episódios que não passam de conflitos normais entre jovens.

Mais importante ainda: estas sessões mostram que a escola está empenhada em prevenir, educar e acompanhar, em vez de apenas reagir e punir. Estamos a investir em ações regulares, consistentes e informadas, porque a melhor solução não é a mais ruidosa, é a mais pedagógica.

E é assim que queremos continuar: a construir uma escola que não se limita a apagar fogos, mas que ensina a queimar menos energia em conflitos desnecessários e mais em relações saudáveis.

Porque crescer não é fácil. Mas pode ser muito mais simples quando toda a comunidade escolar, alunos, professores e famílias, rema para o mesmo lado.



 Visita Inspiradora à Escola Básica de Laborim: Um Foco na Alegria e Qualidade

Concluí hoje a minha ronda de visitas pelos estabelecimentos de ensino do nosso agrupamento, e a Escola Básica (EB) de Laborim foi a última, mas revelou-se das primeiras em alegria e qualidade. A primeira impressão que tive desta escola, há já alguns anos, foi hoje completamente confirmada: um ambiente incrivelmente acolhedor e confortável.

 O Espírito da Escola

Esta atmosfera positiva reflete-se no sorriso de quem lá trabalha, na alegria contagiante das crianças, das professoras, dos assistentes operacionais e técnicos. Tivemos a sorte de ter um dia de sol, que, após as chuvas torrenciais, brindou a nossa chegada. Toda a escola era Luz, alegria e brincadeira.

 Cuidado nos Pormenores e Fator Humano

É notório o cuidado com os pequenos pormenores e a forma como os recantos são valorizados. Isto prova que, embora os edifícios escolares possam ter os seus desafios (e a EB de Laborim, como qualquer escola, terá os seus), o que realmente importa é o fator humano.

Estudos científicos sublinham que, independentemente das circunstâncias do espaço físico, a qualidade do trabalho e da experiência educativa é determinada pelas pessoas. Na EB de Laborim, o foco nas pessoas é palpável.

Cor, Conforto e Criatividade Única

Reparei particularmente na cor, na luz, no conforto e nos sorrisos. Um detalhe que me chamou a atenção foi o murete de suporte do jardim, construído de forma engenhosa com pequenos ramos e restos de jardinagem entrelaçados. Este projeto não só confere um aspeto estético interessante e ecológico, como também possui um design verdadeiramente exclusivo.

Aqui, é evidente que há prazer em trabalhar, que as crianças adoram estar e que existe um empenho notável dos pais em melhorar a escola. Há projetos em marcha e ideias a fervilhar. É esta a atitude que transforma o esforço em vontade de fazer mais e melhor.

Parabéns e Até Breve!

Os meus sinceros Parabéns a todos na EB de Laborim. Tenho a certeza de que a minha próxima visita será a uma escola ainda mais renovada, dadas as ambições e os projetos que estão a caminho.

Parabéns, EB de Laborim! 

O Presidente da CAP

Fernando Ferreira




sexta-feira, 31 de outubro de 2025

 

Visita à Escola Básica Joaquim Nicolau de Almeida

Cumprindo a promessa que fiz no início deste ano letivo, enquanto Presidente da Comissão Administrativa Provisória, visitei hoje a Escola Básica Joaquim Nicolau de Almeida, uma escola que honra o nome do ilustre vereador da Câmara Municipal de Gaia no início do século XX, um homem cuja dedicação à educação e à formação das gerações do seu tempo deixou marca e merece, por isso mesmo, ser lembrado com respeito e gratidão.

O dia estava cinzento, chuvoso e húmido, mas bastou entrar na escola para perceber que o ambiente era tudo menos isso. Fui recebido com simpatia e boa disposição pelas Assistentes Operacionais, algumas já conhecidas, que em tempos trabalharam na escola-sede. As teias de aranha que vi logo à chegada não denunciavam desleixo, eram parte da decoração alusiva ao Halloween, que se vivia em pleno e com grande entusiasmo.

A escola, apesar de não ser nova, tem um ambiente leve, fresco e acolhedor. O espaço está muito bem pensado para o fim que serve. Os cobertos, embora não muito grandes, são suficientemente amplos para permitir que as crianças brinquem à vontade nos intervalos, mesmo em dias chuvosos. O recreio exterior, por sua vez, é espaçoso e organizado, pena o campo polivalente estar temporariamente inativo devido ao mau estado do piso. No entanto, estou relativamente tranquilo por saber que já existe um procedimento concursal da autarquia para a sua reparação. Estamos todos ansiosos por ver aquele espaço novamente cheio de vida, risos e movimento.

Coincidiu esta visita com as comemorações do Halloween. As crianças estavam irreconhecíveis nos seus disfarces, assustadores, é certo, mas acima de tudo criativos e divertidos. As salas estavam decoradas a rigor e também as professoras tinham pequenos detalhes alusivos à data. Era bonito ver a escola transformada, cheia de cor e imaginação.

Mas o momento mais marcante do dia foi outro: a despedida do Sr. Vítor, funcionário de longa data do nosso agrupamento, que se reformou hoje. Houve festa, aplausos e emoção. As crianças chamavam pelo seu nome, entregaram-lhe presentes e um livro cheio de desenhos feitos por elas próprias, retratos sinceros dos gestos de carinho que o Sr. Vítor sempre lhes ofereceu. Foi um momento simples, mas profundamente bonito. Porque, no fundo, a escola é isto: é o amor que nasce nas relações entre todos, alunos, professores, assistentes, famílias. É nas interações diárias, nas brincadeiras, nos afetos e nos gestos de reconhecimento que se aprende a ser e a estar.

Hoje vi crianças felizes, professores empenhados, assistentes operacionais orgulhosas de pertencerem a esta comunidade. Vi sorrisos genuínos, daqueles que não se forçam. E percebi, mais uma vez, que a escola é muito mais do que paredes, horários e planos de aula, é um lugar onde se constroem pessoas e se fortalecem laços.

Saí da Escola Joaquim Nicolau de Almeida com o coração cheio. Levo comigo a vontade de voltar, e essa é, talvez, a melhor prova de que foi um dia especial.

O Presidente da CAP

Fernando Ferreira


sexta-feira, 24 de outubro de 2025

 Um misto de sensações na Escola Básica do Cedro

Hoje visitei a Escola Básica do Cedro, uma das escolas que integram o Agrupamento de Escolas Soares dos Reis.

Foi uma visita marcada por um misto de sensações: por um lado, o orgulho de estar num espaço com tanta história; por outro, a tristeza de ver um edifício que, sendo um marco da arquitetura portuguesa, dá sinais claros de desgaste.

A escola foi projetada por Fernando Távora, um dos grandes nomes da arquitetura nacional. É, por isso, uma obra emblemática, carregada de significado e de memória.

Contudo, o edifício apresenta atualmente sinais evidentes de degradação, infiltrações, desgaste das madeiras, falta de conforto térmico e de condições adequadas de segurança. Estas crianças, bem como todo o pessoal docente e não docente, merecem melhores condições.

Mas foi precisamente no meio desta degradação física que encontrei algo inspirador. Vi a dedicação das Assistentes Operacionais, das responsáveis pela cozinha, e de todos os profissionais que ali trabalham, dia após dia, com um empenho e uma entrega que ultrapassam largamente o que seria exigível.

São pessoas que, com poucos recursos, fazem muito e fazem-no com alma. Comovem pela forma como mantêm a escola viva, limpa, funcional e acolhedora, mesmo enfrentando dificuldades sérias.

Em Portugal, diz-se muitas vezes que somos um povo resiliente e desenrascado, capazes de fazer o impossível com o mínimo. É verdade. Mas essa capacidade, que tanto nos orgulha, acaba também por ter um lado ingrato: faz com que, por vezes, quem decide ache que é possível manter situações-limite indefinidamente.
Não é. As pessoas, tal como os edifícios, também têm limites.

Na qualidade de Presidente da Comissão Administrativa Provisória, pouco mais posso fazer além de elogiar, agradecer e interceder. E é o que farei: pelas vias formais, junto da autarquia e do Ministério da Educação, solicitarei com urgência a intervenção necessária para devolver à Escola do Cedro a dignidade que merece.

Porque não precisamos de procurar as melhores pessoas para lá trabalharem, elas já lá estão. O que precisamos é de dar-lhes condições condignas para continuar a exercer o seu trabalho com a qualidade e o amor que demonstram todos os dias.

Ainda assim, e apesar de tudo, esta visita deixou-me também esperança.
Nas salas, encontrei crianças felizes, sorridentes, curiosas,  a prova viva de que o esforço dos adultos não é em vão.
E vi nas assistentes, nos professores, no pessoal da cozinha e na coordenaçãoum exemplo de responsabilidade, tenacidade e profissionalismo que me encheu de orgulho.

A todos eles, o meu muito obrigado.
Que este agradecimento se traduza, muito em breve, em melhores condições de trabalho e de vida para toda a comunidade educativa do Cedro.

Bem-hajam

O Presidente da CAP

Fernando Ferreira

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

 

Visita aos Jardins de Infância do nosso Agrupamento

Visitei hoje os Jardins de Infância do nosso agrupamento, o de Laborim e o do Cedro e, confesso, vieram-me à memória sensações que há muito estavam guardadas num canto qualquer da memória, desses que raramente abrimos, mas que continuam lá, à espera de um cheiro, de uma gargalhada ou de um som de recreio para se fazerem ouvir.

Logo à chegada ao Jardim do Cedro, uma nuvem de pó levantou-se, não por descuido, mas pelo frenesim das travagens de pé no chão, das bicicletas das crianças que brincavam no pátio. E nesse instante percebi: o tempo é mesmo uma coisa efémera, como esse pó que se eleva e logo desaparece.

Observei as crianças em corridas improvisadas, genuínas, entre gargalhadas e gritos de alegria. Cumprimentavam-nos (quem és? , como te chamas?) com a mesma energia com que, segundos depois, voltavam às suas brincadeiras, como se adivinhassem que perder um segundo de diversão é um luxo que só os adultos se permitem. As crianças sabem, melhor do que nós, que o tempo é precioso. Resistir ao sono é o primeiro sinal de quem quer viver intensamente.

Com os cheiros das salas, o tamanho das cadeiras, das mesas, das mochilas e até das sanitas, tudo me pareceu mais pequeno do que nunca, veio-me à lembrança o dia em que levei o meu filho ao infantário pela primeira vez. Lembrei-me da dor de o deixar e da alegria que ele descobriu nesse mesmo espaço de descoberta. Lembrei-me dele, pequenino, de braços estendidos, a chamar “pai, pai, pai, pai”, tantas vezes que até o tempo parecia parar, antes de voltar a correr para brincar outra vez.

Nesta nova função, foi reconfortante reencontrar tudo isso: os cheiros, as vozes, a energia contagiante. E perceber, sobretudo, a importância daquilo que ali se faz, educar desde a mais tenra idade. As pessoas que encontrei, a cozinheira, as auxiliares, as educadoras, estavam ali com sorrisos genuínos, a cumprir uma missão que é muito mais do que trabalho. É profissionalismo, sim, mas é também amor, paciência e dedicação.

Os espaços, por dentro e por fora, revelam cuidado e alegria. Um mais antigo, outro mais moderno, mas ambos decorados com cor e ternura, com a sensação de que ali se acolhe e se protege.

É verdade, a visita foi breve. E sei que não é tudo um mar de rosas, as escolas, como as pessoas, têm sempre arestas por limar. Mas o que senti foi bom, muito bom. Saí de lá com o coração cheio e com a certeza de que, quando pensar na “escola”, não me virá apenas à mente a escola-sede, mas também estas pequenas grandes casas de infância.

Agora faltam as visitas às EB1 e confesso que os Jardins de Infância me aguçaram o apetite. Espero que tragam novas boas sensações e memórias, e que continuem a inspirar-me a ser um presidente mais atento, mais próximo e, quem sabe, um bocadinho mais criança. Voltarei de certeza, não sei em que condição mas tenho a certeza que voltarei.

Ah! Quase me esquecia dos mimos trazidos da Feira de Outono do Jardim do Cedro: os cubinhos de marmelada embrulhados com esmero, a compota, os coquinhos doces e uma fatia de bolo misterioso. Perguntei de que era, mas alguém apenas me segredou que tinha um “ingrediente secreto”: o lixinho das mãozinhas das crianças que, depois de brincarem no jardim, ajudaram a amassar a massa sem grande cerimónia de lavagem. Talvez seja esse o segredo, o toque inocente, o amor simples, que o tornou o bolo mais saboroso do mundo.

Obrigado pelo que senti.

O Presidente da CAP

Fernando Ferreira